E em troca o que recebi? Recebi um copo partido, um forno estragado, um armário sem roupas, uma pasta de dentes gasta e sem tampa. Recebi um chão de sala cheio de beatas e latas de cerveja. Recebi uma parede amarela do fumo de tabaco em vez daquela branca com sonhos que te tinha dado.
Em troca recebi um reboliço e todo o teu lixo. Todos os teus podres, recebi os teus desesperos e as tuas angústias que me consumiam ao longo do tempo. Pensava que éramos como os pinguins, que quando encontram a sua alma-gémea, têm-na para a vida. Pensava que éramos particulares, como um par de sapatos cujo modelo é único.
Afinal de contas, que outro calor reconfortante seria melhor que o meu?
Mas não. Parece-me que me enganei. Porque agora que há outras coisas, outras pessoas, outros calores, outros sofás, outras mãos para afagar cabelos e fazer festas nas costas, fizeste-me que nem trapos. Agora que tens outra vida, aquela que eu criei para ti a partir do zero, já não queres esperar, já não queres dar-me tu energias para eu te fazer viver mais um pouco.
Agora queres ir embora.
Agora não me queres.
E agora, era eu que precisava.
Em troca recebi um reboliço e todo o teu lixo. Todos os teus podres, recebi os teus desesperos e as tuas angústias que me consumiam ao longo do tempo. Pensava que éramos como os pinguins, que quando encontram a sua alma-gémea, têm-na para a vida. Pensava que éramos particulares, como um par de sapatos cujo modelo é único.
Afinal de contas, que outro calor reconfortante seria melhor que o meu?
Mas não. Parece-me que me enganei. Porque agora que há outras coisas, outras pessoas, outros calores, outros sofás, outras mãos para afagar cabelos e fazer festas nas costas, fizeste-me que nem trapos. Agora que tens outra vida, aquela que eu criei para ti a partir do zero, já não queres esperar, já não queres dar-me tu energias para eu te fazer viver mais um pouco.
Agora queres ir embora.
Agora não me queres.
E agora, era eu que precisava.
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